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Minuto da Semana
(O argumento do sonho)
No início das "Meditações da Filosofia Primeira", Descartes destaca a importância de construir um pensamento científico sólido. Para ele, é crucial abandonar ideias preexistentes que possam ser duvidosas ou falsas e submetê-las a uma análise rigorosa usando a razão.
O filósofo compartilha que, no passado, acreditou em ideias que mais tarde revelaram-se erradas. Como exemplo de como algo que percebemos claramente pode ser ilusório, ele apresenta o argumento do sonho, cito Descartes: "É comum, ao descansar à noite, acreditar estar vestido, sentado junto ao fogo, quando na realidade estou nu, deitado sob as cobertas". (Meditações Metafísicas)
Essa ideia se tornou famosa, embora alguns filósofos a critiquem. A surpresa ao perceber que o que vivenciamos durante o sono não era real é algo que todos podemos entender. O argumento do sonho nos faz questionar a confiabilidade de nossas percepções e se podemos ter certeza do que é verdadeiro. Descartes ilustra tal incerteza ao relatar suas próprias experiências de ter acreditado em coisas que mais tarde se revelaram falsas.
Agora é hora de refletir:
Como podemos ter certeza do que é real e do que não é?
Como as descobertas de Descartes sobre a dúvida e o sonho se aplicam ao nosso dia a dia?
Os sonhos mostram que nossas experiências podem ser enganosas. Isso significa que nunca podemos confiar completamente no que vemos ou sentimos?
O argumento do sonho nos faz pensar se há um mundo "verdadeiro" lá fora ou se tudo o que percebemos é apenas uma ilusão. Como isso afeta a maneira como vemos o mundo?
Os erros de percepção que temos nos sonhos indicam que devemos duvidar de tudo o que vemos e sentimos quando estamos acordados?
Texto publicado em: 05 Nov 2023.