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Minuto da Semana
(A felicidade à luz de Aristóteles)
Olá pessoal, no "Minuto da Filosofia" desta semana, abordarei um tema que considero de suma importância em nossas vidas, trata-se da "FELICIDADE". Em apenas alguns minutos vamos explorar e conhecer o pensamento de Aristóteles referente a este assunto, espero que gostem e aproveitem a leitura.
Vamos lá! Prontos para mergulhar na leitura? 📚
Você já parou para pensar que sempre ouvimos dizer que devemos constantemente buscar a felicidade, e que a felicidade é "o bem maior" do ser humano. Esta ideia é bastante antiga e está presente na obra "Ética a Nicômaco", a propósito já escrevi um minuto da semana a esse respeito. Confira aqui! Aristóteles, nesta obra, explora o conceito do bem que constitui uma vida virtuosa e boa. Ele associa a felicidade à palavra grega "eudaimonia", concebendo-a não apenas como uma felicidade abstrata ou hedonista (*), mas como uma espécie de "excelência" e "bem-estar".
De acordo com Aristóteles, viver bem implica buscar fazer o bem, buscando o melhor possível, pois toda ação humana visa a alcançar algum bem. Aristóteles considera que a busca pela felicidade implica na realização e na prática da virtude, utilizando nossa razão para controlar os desejos. Para ele, a satisfação dos desejos e a obtenção de bens materiais são prioridades menos relevantes do que a conquista da virtude.
A pessoa verdadeiramente feliz, para Aristóteles, é aquela que busca um equilíbrio natural e adequado entre a razão e o desejo, priorizando o cultivo das virtudes que completam a vida humana. Ele enfatiza que a felicidade genuína só pode ser alcançada por meio do desenvolvimento das virtudes. Além disso, destaca que o exercício consistente da virtude ao longo da vida é essencial, afirmando que "Ser feliz exige uma vida inteira", e realmente faz todo sentido, pois "angu de um dia só não engorda cachorro", concordam?
A "Ética a Nicômaco" teve um peso relevante no desenvolvimento da teologia Cristã na Idade Média, especialmente através dos estudos de Tomás de Aquino, filósofo e teólogo católico. Ele sintetizou as ideias de Aristóteles com as doutrinas da Igreja, especialmente em relação às virtudes cardeais, que resumidadamente são:
Prudência
É saber fazer escolhas boas em diferentes situações e pensar nas consequências das nossas ações.
Justiça
É tratar as pessoas de maneira justa, respeitando seus direitos e valorizando a igualdade de todos.
Temperança
É controlar nossos desejos e não exagerar em coisas que nos fazem mal, buscando equilíbrio em nossa vida.
Coragem
É enfrentar situações difíceis com coragem e determinação, mesmo que às vezes tenhamos medo, mas não podemos deixar esse sentimento nos dominar.
(*) O hedonismo é uma filosofia que prioriza o prazer como o objetivo principal da vida, considerando-o como o bem supremo. Para os hedonistas, a busca pelo prazer é o propósito fundamental das ações humanas, enquanto a dor é vista como o mal supremo. Eles buscam maximizar o prazer e minimizar a dor em todas as áreas da vida, acreditando que isso leva à realização pessoal e ao bem-estar.
Minuto da Reflexão 🤔
O texto explora a visão de Aristóteles sobre a felicidade e sua relação com a virtude, destacando que a verdadeira felicidade vai além do prazer imediato e material, envolvendo a busca pela excelência e pela prática do bem. Aristóteles argumenta que viver bem significa priorizar a conquista da virtude sobre a satisfação dos desejos e a busca por bens materiais. Ele enfatiza a importância do equilíbrio entre a razão e o desejo, defendendo que a verdadeira felicidade só pode ser alcançada através do cultivo das virtudes ao longo da vida. Essa reflexão nos convida a considerar o significado da felicidade e como podemos buscá-la em nossas próprias vidas, priorizando a prática do bem e o desenvolvimento moral. Além disso, destaca a importância das ideias do grande filósofo Aristóteles, que continuam a influenciar o pensamento ético e moral até os dias de hoje.
Para saber mais, recomendo a leitura do livro: STEPHEN, Alain. Filosofia para apressadinhos. Tradução de Jorge Ritter. São Paulo: Cultrix, 2014.
Texto publicado em: 10 Fev 2024.