Minuto da Filosofia

Agenor Henrique de Souza

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Minuto da Semana

Curso de Filosofia - Aula 05

Sócrates e o método dialético

Olá pessoal, no nosso encontro de hoje vamos explorar a vida e o método de um dos maiores pensadores da história: Sócrates. Ele não escreveu nada, mas suas ideias ecoam até hoje. Vamos falar sobre o Método Dialético, como ele usava as perguntas para chegar à verdade e como isso influenciou a filosofia. Então, bora lá!

Quem é Sócrates?

Sócrates é um dos filósofos mais importantes da Grécia Antiga. Mas, ao contrário de Platão, seu discípulo, ele não deixou textos. O que sabemos sobre ele vem das palavras de seus alunos, como Platão e Xenofonte. E um dos maiores legados de Sócrates para a filosofia é o Método Dialético.

O que é o Método Dialético

O Método Dialético de Sócrates é, de forma simples, uma técnica de questionamento. Em vez de simplesmente dar respostas, ele fazia perguntas, fazia as pessoas pensarem profundamente sobre aquilo que estavam afirmando. A ideia era ir de um ponto de vista inicial, muitas vezes sem refletir muito, para uma compreensão mais profunda, levando à verdade.

Vamos entender um pouco melhor como isso funcionava. Sócrates acreditava que muitas vezes, as pessoas falavam sem saber o que estavam dizendo. Então, ele perguntava coisas como: "O que você quer dizer com isso?", "Por que você acha que isso é verdade?" ou até "Isso sempre é verdade?". Assim, ele conseguia levar o outro a perceber as contradições em suas próprias respostas e, com isso, ajudar a chegar mais perto de uma compreensão verdadeira.

O exemplo da virtude

Um dos exemplos mais conhecidos de como Sócrates usava o método está na questão da virtude. Certa vez, ele encontrou um homem chamado Eutidemo, que dizia saber o que é ser virtuoso. Sócrates, então, começou a fazer uma série de perguntas: "O que é a virtude?", "Podemos ensinar a virtude?", "Alguém pode ser virtuoso sem saber o que é a virtude?" E, aos poucos, Eutidemo foi ficando sem respostas, sem saber exatamente o que estava dizendo.

Através dessas perguntas, Sócrates mostrou que, muitas vezes, não sabemos exatamente o que estamos dizendo, e que é necessário refletir profundamente sobre as ideias antes de afirmá-las. Ele não queria dar respostas prontas, mas fazer com que as pessoas se questionassem e buscassem as próprias respostas.

A busca pela verdade

Para Sócrates, a verdade não estava em dogmas ou crenças absolutas. Ela estava no processo de questionamento constante, na busca incansável de respostas que nos fizessem refletir sobre o mundo e sobre nós mesmos. Ele acreditava que a verdadeira sabedoria estava em reconhecer a própria ignorância. Em uma das frases mais famosas, ele disse: "Só sei que nada sei."

Essa humildade de reconhecer a própria ignorância era, para Sócrates, o primeiro passo para o conhecimento verdadeiro. E o processo de questionamento, o diálogo, era o meio pelo qual podíamos chegar a uma maior compreensão das coisas.

A importância do método

O Método Dialético não era apenas uma ferramenta filosófica, mas uma forma de vida para Sócrates. Ele acreditava que, através do diálogo e da reflexão, éramos capazes de nos tornar pessoas melhores. Sócrates não se via como alguém que tinha todas as respostas, mas como alguém que ajudava os outros a encontrá-las.

Esse método também era uma maneira de se opor à sabedoria tradicional dos sofistas, que eram professores que cobravam por ensinamentos e afirmavam saber tudo. Sócrates acreditava que a sabedoria não poderia ser comprada, mas sim descoberta.

Conclusão

Em resumo, Sócrates não nos deixou livros, mas nos deixou algo ainda mais valioso: uma forma de pensar. O Método Dialético, com suas perguntas e respostas, ajuda a refletir sobre a realidade, a buscar a verdade e a entender melhor o mundo. Hoje, quando fazemos perguntas sobre as coisas e nos aprofundamos nas respostas, estamos seguindo, de certa forma, o caminho que ele iniciou há mais de dois mil anos.

E por hoje é isso, pessoal! Espero que vocês tenham gostado desse bate-papo sobre Sócrates e o Método Dialético. Até a próxima!

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Bibliografia Básica

CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2000.
REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da Filosofia: Antiguidade e Idade Média. São Paulo: Paulus, 1990.
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: Introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 2013.

Aula publicada em: 01 Fevereiro 2025.

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